quinta-feira, 26 de novembro de 2009

CONCEITO

O jornalismo policial está conceituado no que se refere à especialização da profissão jornalística nos fatos criminais, judiciais, de segurança pública, do sistema penitenciário e em investigações policiais. Os iniciantes no jornalismo - os chamados focas - em quase 100% dos casos começam no jornalismo policial. No jargão interno da profissão, o setor é chamado de RePol (de Reportagem Policial). As matérias da cobertura policial são geralmente publicadas nas editorias de Cidade, Polícia ou JuPol (Justiça/Polícia).

Sites especializados no assunto mostram que, “as primeiras coberturas de polícia surgiram por volta de meados do século XIX, nos jornais sensacionalistas da Inglaterra e dos Estados Unidos. Os repórteres de polícia podem ou não utilizar técnicas de apuração do jornalismo investigativo.

O sensacionalismo

O jornalismo policial é a editoria jornalística que recebe a maior crítica pela forma sensacionalista como alguns repórteres tratam suas matérias. Sites que analisam o tema relatam que, o policial precisa tomar cuidado com os jornalistas, pois uma palavra dita a mais ou a menos pode ter conseqüências drásticas para a instituição que o policial serve.
O major PM Menezes, comandante da Rondesp (PMBA), disse que vê os jornalistas como parceiros, e não tem o conflito que costuma marcar esse tipo de relação. Jorge Antonio de Barros, jornalista de O Globo que cobre criminalidade e segurança pública no Rio de Janeiro desde 1981, já disse que faz questão de se aprofundar no tema segurança pública, para não se ver publicando parcialidades. “Aos jornalistas, sugiro a dedicação profunda ao tema segurança pública e polícia, e a todos os fatos que se dedicarem a cobrir, ouvindo, inclusive (e principalmente) a versão e o ponto de vista do policial — às vezes mais importante até do que a versão da Polícia enquanto instituição.

Lembra também que, ao policial, é imprescindível a visão do jornalista como um divulgador do bom trabalho realizado, dos esforços despendidos em cada ação, e, inclusive, das carências por que passamos para exercer nossas funções. Mas, lembremos: as boas ações serão divulgadas tanto quanto às más, pelo menos, é assim que tem que ser.

Para a população em geral, quando o assunto é reportagem policial, o conceito de “jornalismo sensacionalista” logo vem à cabeça. Em geral, as coberturas investigativas recebem atenção especial da população (a cada dez pessoas ouvidas pela reportagem na região central de Porto Velho, sete acompanham os noticiários policiais). No entanto, há críticas referentes às produções.

Quando as prisões são de pessoas desconhecidas, a mídia em geral (TVs, jornais impressos, rádios e sites) usam – conforme os entrevistados – um certo sensacionalismo. O mesmo não acontece quando ocorrem às prisões dos chamados “figurões” (pessoas influentes e/ou conhecidas na cidade), foi o que avaliou o limpador de piscinas Edmarcos Silva Pinho.

O jornalista (pelo policial)

Sensacionalista e interesseiro, costuma fazer perguntas capciosas no intuito de fazer com que o policial se enrole em uma entrevista. Nunca ouve o lado da polícia, e desconfia que o que falamos é mentira. Nos vê como matadores, truculentos, corruptos e ignorantes.

O policial (pelo jornalista)

Truculento e corrupto, costuma esconder os abusos que faz em sua atuação. Não sabe falar, e não colabora com a imprensa, que nada mais quer do que tornar claro para a sociedade a polícia que ela tem. A polícia age como se ainda estivesse na Ditadura, sem querer dar satisfação aos cidadãos.

O perigo do jornalismo policial

Alguns atos criminosos – como foi o assassinato do jornalismo Tim Lopes, da Rede Globo, em julho de 2002 – deixam claro que bandidos “adotaram” os jornalistas como inimigos, tanto quanto são os policiais. Tudo isso porque a polícia já desarticulou muitos grupos criminosos após a divulgação de reportagens investigativas. Essas ações contra jornalistas são desencadeadas, principalmente, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Por lidar com crime e criminosos, muitas vezes de alta periculosidade, o Jornalismo Policial é uma especialização de alto risco para os profissionais, principalmente os repórteres apuradores que vão às ruas e se expõem aos criminosos e aos policiais. Além dos próprios bandidos, o jornalista desta área pode sofrer ainda retaliações ou ameaças de policiais corruptos.

O jornalista Caco Barcelos precisou morar fora do Brasil após a publicação do livro Rota 66, que irritou profundamente algumas esferas, sobretudo a dos coronéis da Polícia Militar. O livro – que custou oito anos de pesquisa – levou à identificação de 4.200 vítimas, todos jovens e pobres, mortos pela Polícia Militar de São Paulo.

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