quinta-feira, 26 de novembro de 2009

FORAGIDO, UM RISCO À SOCIEDADE

Eles estão por toda parte: nos bares, restaurantes, clubes, ao lado de sua casa, dentro dos ônibus, nas paradas de coletivos e representam um risco à sociedade. Eles comandam pontos de comercialização de drogas, andam armados e estão envolvidos em diversos casos de assassinatos, além de aliciarem menores para o crime. A qualquer momento você poderá ser uma vítima deles. São os foragidos da Justiça, que representam uma ameaça em potencial à sociedade.
Dados da Vara de Execuções Penais (VEP) de Porto Velho apontam que cerca de 1.500 foragidos estão à solta na Capital rondoniense. Para o juiz-substituto da VEP, Ivens dos Reis Fernandes, o não-cumprimento de tantos mandados de prisão é o reflexo da desestruturação da polícia, que – segundo ele – é deficitária, com poucas viaturas e material humano.

No entanto não é o que diz o delegado Jeremias Mendes, titular do Grupo de Investigações e Capturas (GIC), uma divisão da polícia rondoniense especializada na captura de fugitivos. Jeremias garante que o GIC é bem estruturado – desde o armamento pesado ao serviço de inteligência. “O Grupo é formado por policiais civis, militares e por um agente penitenciário com uma memória fotográfica excepcional. Se ele vir a foto uma vez, já está registrado”, explicou o delegado, acrescentando que, “o agente tem 25 anos de profissão e sua ajuda é de extrema importância, pois tem foragidos que usam até cinco nomes para tentar enganar a polícia.

Jeremias Mendes disse ainda, que a Secretaria de Segurança reforçará o efetivo do GIC, principalmente devido à chegada das festas de final de ano, onde o índice de criminalidade tende a aumentar, vez que os criminosos planejam mais assaltos para festejar. “A população é quem paga. Temos certeza que a população acompanha o trabalho do GIC por meio dos noticiários e sabe do empenho desse Grupo em retirar dos meios da sociedade àqueles que representam um risco ao convívio harmônico”, ressaltou Jeremias – lembrando que o GIC prende numa média de 25 foragidos da Justiça, por mês. O banco de dados do GIC é atualizado diariamente, num convênio feito com a Secretaria de Justiça, que fornece ao Grupo todos os dados necessários para as investigações.

Foragidos, a cada dez, sete retornam ao crime

O delegado Jeremias Mendes (GIC) não tem dúvidas: A cada dez presos que ganham a liberdade – seja com fuga ou após o cumprimento da pena – sete voltam a praticar crimes. O delegado disse que não tem números oficiais, mas que sua experiência de anos de carreira – dos quais cinco à frente do GIC – pode embasar sua afirmação fazer essa afirmação, embora os números não agradem algumas esferas.
Para Jeremias, o aumento do índice criminalidade está relacionado com o número de foragidos. Ele explica que, muitas pessoas vivem da criminalidade – furtos, roubos e tráfico. “Logo que ganham a liberdade cerca de 70% deles voltam a cometer crimes. As estatísticas da polícia provam isso. Todos os dias fugitivos são localizados em bares, na maioria das vezes vendendo droga. Em cinco anos no GIC já vi foragido sendo recapturado cinco vezes, sempre praticando crimes”, afirmou.
Disse também que a maior reincidência é com os elementos que furtam, roubam e vivem do tráfico. Nesse casos – conforme Jeremias – é comum o retorno à criminalidade. Na visão do chefe do GIC, um dado interessante é com relação aos homicidas. “Muitos cometem um assassinato num momento de raiva, durante uma discussão ou por ciúmes, porém quando fogem jamais voltam a praticar o mesmo crime. Muitos são homens honestos e trabalhados, que buscam ganhar a vida em fazendas, mas temos que cumprir a lei e executar as ordens de prisão”, ponderou.

Quanto a número de assassinatos, o delegado Márcio Mendes Moraes, titular da Delegacia de Homicídios, afirmou que algo em torno entre 15 a 20% dos homicídios tem algum envolvimento de fugitivo da Justiça.

Outro problema enfrentado pelo Judiciário e pela polícia está relacionado aos apenados que são liberados para “trabalhar”. Muitos forjam documentos para ficarem soltos e praticarem crimes e à noite retornam à Colônia Penal, como se nada tivesse acontecido. Outros ganham o benefício para se recolher – na sua própria casa – das 20 horas às 6 da manhã, e ainda não cumprem a determinação judicial.
Jeremias Mendes pede que a população colabore e informe sobre a localização de fugitivos, pelo telefone 3216-8903 ou no 190.

Ressocialização nas unidades prisionais de Porto Velho

Colocar o ex-apenado em convívio com a sociedade. Este é o objetivo do Centro de Ressocialização, da Secretaria de Justiça (Sejus), que oferece trabalho, cursos e várias atividades aos presidiários.

A diretoria do Centro de Ressocialização disse que hoje os apenados em Porto Velho contam com convênios firmados com a Empresa de Desenvolvimento Urbano (Emdur), Sest/Senat, ambos em execução. Já foi assinado convênio com a empresa Camargo Correa, mas ainda não está em funcionamento. A prefeitura de Ariquemes também ficou convênio com a Sejus, para oferecer trabalho aos presos. “Os apenados que saem para trabalhar por meio desses convênios dificilmente voltam para o mundo do crime”, garante direção do Centro de ressocialização. Hoje, segundo a Sejus, as unidades prisionais de Porto Velho oferecem o Ensino Médio.
Além do Ensino Médio, os presidiários do Urso Branco participam do programa Plantando Mudas Para Mudar Vidas; do programa Pintando a Liberdade (fábrica de bolas); de artesanato em geral do curso de corte e costura. Aos presos do Urso Panda é oferecido curso de eletricista predial; fabricação de detergente; prótese dentária, marcenaria e artesanato. O Ênio Pinheiro está em reforma, mas continua com o projeto de fábrica de bolas. Em 2010 será implantado o curso de panificação. Na Colônia Penal tem o programa Plantando Mudas para Mudar Vidas; cultivo de plantas frutíferas e horticulturas; plantação de Ipê ao logo da Estrada da Penal. O projeto Plantando Mudas oferece mudas de plantas frutíferas e de madeira de lei (Ipê).

A direção explica que, só participam dos programas os presos que têm a intenção de trabalhar, estudar e largar a vida criminal. “Por isso conseguimos um alto índice de aprovação”, finalizou a diretora.

Eles deveriam estar presos!!!

Assassinato - Marcos José da Silva de Freitas, 34 anos, cometeu um homicídio no ano de 2006, em Porto Velho. Por este crime teve sua ordem de prisão expedida pela 2º Vara do Tribunal do Júri. Solto, voltou a praticar o mesmo tipo de crime. No último dia 08 matou com uma facada no peito o próprio “amigo”. O assassinato ocorreu no bairro Teixeirão zona Leste da Capital. Ao se apresentar ao delgado Márcio Mendes, na Delegacia de Homicídios, os policiais do Serviço de Investigação e Capturas (Sevic) descobriram a existência de uma ordem de prisão contra ele. O detalhe da história é que, pelo crime praticado em 2006 a Justiça só expediu a ordem de prisão contra Marcos José no último dia 04. Como não foi preso, quatro dias depois matou outra pessoa.

Agressão - Acusado de um homicídio, o então foragido da Justiça Assis Santana da Frota foi preso após espancar a sobrinha (uma adolescente) e ainda dar uma facada na cabeça da vítima. A menina contou aos policias que uma semana antes Assis havia matado um homem a facadas.
Tráfico - Quel Moraes de Souza foi preso em Guajará-Mirim, por policiais do Departamento de Narcóticos (Denarc). O acusado - segundo a polícia – era foragido da Justiça e pertencia a um bando preso com cinco quilos de cocaína. Quel é reincidente neste tipo de crime.

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