quarta-feira, 25 de novembro de 2009

JORNALISMO CULTURAL NO MUNDO


Embora a revista Discussões Mensais Edificantes (Hamburgo, Alemanha) desde 1663 veiculasse poemas junto a artigos sobre teologia, uma das publicações mais famosos e artigos sobre literatura, filoantigas a praticar o que hoje entendemos por jornalismo cultural foi a revista francesa Journal des Savants (1665), composta por resumos de livros lançados na Europa, bibliografia de escritores sofia e ciências.

Um marco importante é a criação em 1711 da revista inglesa The Spectator, que, conforme Piza (2004, p. 11), tinha o objetivo de “tirar a filosofia dos gabinetes e bibliotecas, escolas e faculdades, e levar para clubes e assembléias, casas de chá e cafés”.

Um dos iluministas, Denis Diderot, escrevia resenhas dos salões de arte para a imprensa francesa na década de 1760, sendo seguido por Charles Baudelaire nos anos 1840. O que faz ambos serem lembrados hoje são suas obras literárias, mas na França do século XIX já era possível alguém construir uma reputação intelectual a partir de seu trabalho como jornalista cultural – caso do crítico Charles Augustin Sainte-Beuve, que escrevia no rodapé de Le Constitutionnel.

Este espaço do rodapé ficou consagrado com o nome de folhetim, principalmente a partir da publicação de Les Mystères de Paris, de Eugène Sue, no Journal des Débats de junho de 1842 a outubro de 1843.

O irlandês George Bernard Shaw, em sua atuação na imprensa inglesa, inovou a atividade ao considerar na análise estética aspectos sociais e políticos. Enquanto o também irlandês Oscar Wilde defendia que a crítica cultural era uma forma de arte, Shaw ia mais longe, reivindicando para o jornalismo o status de mais alta forma de literatura. O americano Edmund Wilson pode ter sido o primeiro profissional de imprensa a se identificar como “jornalista cultural”.

Na segunda metade do século XX, estabeleceram-se duas tendências: a consolidação de espaços de crítica na imprensa geral, com ampla repercussão no meio artístico - a opinião de críticos como os do jornal The New York Times influía no sucesso ou fracasso comercial de discos, peças e filmes, ou podia ao menos provocar sérios danos à imagem de alguns artistas - e o surgimento de publicações especializadas numa determinada área, como a revista francesa Cahiers Du Cinéma, em 1951.

Cahiers Du Cinéma teve papel decisivo no lançamento do movimento cinematográfico francês Nouvelle Vague. Um dos diretores participantes, François Truffaut, havia sido crítico da revista.

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