quarta-feira, 25 de novembro de 2009

CONCLUSÃO


CONCLUSÃO

É como dissemos no inicio deste trabalho. “Fazer jornalismo na área de cultura é uma das possibilidades mais fascinantes da profissão. Quem não gostaria de passar a vida em contato com o melhor da arte e ainda ser pago para isso?”
Temos que acrescentar que dentro do seguimento jornalismo cultural o viés mais fascinante é o voltado para a “Cultura Popular” onde encontramos a cobertura dos movimentos folclóricos como a dança da Quadrilha e a brincadeira de Boi-Bumbá.
Por falar em Boi-Bumbá optamos por encerrar esse trabalho publicando uma reportagem com o título “A história do Boi-Bumbá em Porto Velho”.


O Boi-Bumbá em Porto Velho

O primeiro registro que se tem sobre a brincadeira de Boi-Bumbá em Porto Velho é uma nota publicada no jornal Alto Madeira no mês de junho de 1920 que convida a população da Vila de Santo Antônia para assistir a brincadeira de Boi-Bumbá que “Uns jovens” estarão apresentando pelas ruas da Vila. Era o Boi-Bumbá Sete Estrelas.

Para se falar de Boi-Bumbá é necessário primeiro saber sobre o porquê da existência da brincadeira. O Auto do Boi-Bumbá diz que Mãe Catirina mulher do Pai Francisco (Nego Chico) que era compadre do Cazumbá e Mãe Maria. Com inveja da filha (Sinhazinha) do Fazendeiro (AMO), simulou uma gravidez e exigiu que seu marido o nego Chico matasse o Boi de estimação da Sinhazinha, pois estava desejando comer a língua do boi. Apesar de relutar, tentando dissuadir Catirina que desistisse da empreitada, Nego Chico teve que matar o Boi Querido da filha do seu Patrão.


No dia seguinte Sinhazinha sentiu falta do “Corre Campo” e avisou seu pai (AMO) que seu querido boi estava desaparecido, o Amo convocou o Rapaz (Capataz da Fazendo) que não soube explicar o paradeiro do boi. Veio o Vaqueiro e também não soube explicar onde andava o marruá. Rapaz e Vaqueiro então resolveram ir até a Vila onde estava acontecendo uma feira e por lá ficaram sabendo que Nego Chico andava se gabando de ter matado o boi de estimação da filha do seu patrão.

De volta a sede da fazenda, contaram o que haviam ouvido ao patrão e esse ordenou que fossem atrás do Nego Chico. Com a negação do Pai Francisco em ir até a casa do AMO este mandou convocar os Caboclos” (índios) para prender o Nego, O Diretor dos índios disse que só iria a “Guerra” se seus caboclos fossem batizado, foi então que o AMO mandou buscar “Padre”.

Depois de tudo o Nego Chico foi preso e acusou o Cazumbá do assassinato do boi, prenderam o Cazumbá e a Mãe Maria e na frente do AMO Pais Francisco e Cazumbá ficaram se acusando, foi quando o AMO ordenou que os dois entrassem em luta corporal e quem ficasse por baixo seria o culpado. Nego Chico perdeu a luta e então foi sentenciado a providenciar com que o boi fosse ressuscitado.

Procurou os doutores da Vida, Cachaça e Relâmpago, depois de algumas tentativas o Doutor da Vida conseguiu a proeza de ressuscitar o boi. Depois disso, o patrão perdoou Nego Chico e Catirina e ainda mandou providencia uma grande festa para festejar o renascimento do boi de sua querida filha. A partir daí é que começa a brincadeira de Boi-Bumbá.

Em Porto Velho o primeiro boi de que se tem notícia, é o Boi-Bumbá “Prata Fina” que surge em 1921, já em 1922 surge o Boi-Bumbá Caprichoso. Até o ano de 1940 não tem noticia do surgimento de outros grupos. Em 1940 surge o Boi-Bumbá Nova Letra, seguido de grupos como Pai do Campo, Rei do Campo, Garantido e outros. Já na década de cinqüenta surge o Corre Campo em 1954, criado na Baixa da União pelo Nego Helio, Flor do Campo do Luiz Amaral; Brilhamante e Malhadinho do famoso Amo José Lourenço

Hoje se apresentam no Arraial Flor do Maracujá os seguintes grupos de Bois-Bumbás: Nação Corre Campo; Diamante Negro; Az de Ouro; Marronzinho; Vencedor e Tira Teima pertencentes a categoria Boi Adulto. Na categoria Boi Mirim temos: Mimozinho, Veludinho, Estrelinha e Brilhantinho.

A brincadeira de Boi-Bumbá em Porto Velho começa no dia 1º de maio quando os grupos de Bois-Bumbás abrem seus currais para os ensaios.

As apresentações oficiais dos grupos acontecem nos arraiais Flor de Cacto que é montado no bairro Caladinho na Zona Sul de Porto Velho. Arraial da Câmara na Zona Norte; Arraial de São Tiago na Zona Leste, Arraial Flor do Candeias no município de Candeias do Jamari e no famoso Flor do Maracujá. Esses arraiais acontecem entre os meses de junho e agosto.

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