terça-feira, 24 de novembro de 2009

LINGUAGEM

Na criação de uma linguagem específica e própria, distante da linguagem cotidiana e da linguagem literária já se pode perceber a problemática que se abre entre Ciência e Jornalismo, conforme Marilena Chauí, afirma:

“A linguagem cotidiana é conotativa e polissêmica, ou seja, as palavras possuem múltiplos significados simultâneos, subentendidos, ambigüidades e exprimem tanto o sujeito quanto as coisas; a linguagem científica destaca o objeto das relações com o sujeito, separa-o da experiência vivida cotidiana e constrói uma linguagem puramente denotativa para exprimir sem ambigüidades as leis do objeto. O simbolismo cientifico rompe com o simbolismo da linguagem cotidiana construindo uma linguagem própria, com símbolos unívocos e denotativos, de significado único e universal. O ideal de cientificidade impõe às ciências critérios e finalidades que, quando impedidos de se concretizarem, forçam rupturas e mudanças teóricas profundas”.

A linguagem na produção de jornalismo científico tem, portanto, o desafio de “recodificar” a linguagem científica, tornando-a acessível ao grande público. É o que defende a cientista e professora da Universidade de São Paulo, Glória Kreinz:

"O ato de divulgar ciência equivaleria, portanto, a transformar em linguagem pública o discurso cifrado ou especializado do produtor de conhecimento, ou cientista."

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